domingo, 6 de janeiro de 2008

Meninos e meninas

Tenho me surpreendido com alguns desfechos de histórias amorosas. Três casais amigos viveram o clássico dos relacionamentos. Uma das partes trai, e a outra termina por compreender a traição, e a relação se torna mais real e verdadeira.


O clássico entretanto morre por aí. Nessas três histórias próximas, a traição não partiu do cônjuge masculino. Assim como o perdão não partiu do lado feminino. Os papéis se inverteram.


Pois bem, as mulheres aprenderam com os homens a quebrar alguns limites formais, a sair do sonho encantado de Cinderela à espera do homem que volta para casa. Elas traíram também. Ficamos mais masculinas? Isso não. Essa parte é humana. O que houve sempre foi uma legitimação de que alguns padrões fazem parte do padrão masculino. Cresci ouvindo essas bobagens, e sempre me incomodaram pelo teor sexista. As mulheres de um modo geral se incomodaram. E foram à forra. Cansamos de crescer ouvindo que as 40 seríamos trocadas por duas de 20. Bem, penso na Madonna quase cinquentona, e me dá vontade de rir dessa equação.
Ela está mto mais bela que trintões e quarentões.

Os homens, por outro lado, alguns poucos pelo menos, não mais colocam como questão de vida ou morte uma traição da carne. Vi mtos relacionamentos terminarem - inclusive um meu, qdo tinha 20 aninhos - porque os homens não conseguiram superar algo assim. Anos depois, meu ex-namorado disse que gostaria de ter sido menos rigoroso comigo naquela época.

Hoje os homens podem não contar seus chifres em mesa de bar - seus pares, estes sim, são rigorosos com a classe. Ou talvez contem, entre eles. Mas ao menos um pequeno grupo não age intempestivamente.

Nicolas Sarkozy deve ter aguentado uma barra ao insistir num casamento com uma mulher que o traiu. Pela sua posição, presidente da França pode ter insistido no casamento para manter as aparências. Mas não vemos sinal de fraqueza em homens traídos. Ao contrário. Os tornam mais humanos. Quem de nós, mulheres, resistiu ao apaixonado Suplicy depois de ver sua Marta nos braços de um argentino?

Então está certo. Viva la différence, mas também a fraternité, igualité, e claro, a liberté.

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